
No mundo do vinho, falar de naturais é polêmica certa. Há quem diga que todo vinho é natural porque é feito de uvas. Quem torça o nariz para sua extravagância de aromas e sabores. Quem questione o real comprometimento das vinícolas em abolir a intervenção química (uso de herbicidas e fungicidas, e adição de leveduras ou conservantes) no insumo e na produção. E por aí vai.
Fato é que o mercado de vinhos naturais cresce a olhos vistos em todo o mundo. Ainda que isso exija uma mudança de paradigma…

O que se entende como defeito no universo do vinho convencional, às vezes, no natural, é simplesmente uma característica que o torna autêntico. O problema é que fomos educados para identificar como qualidade apenas o sabor industrial, padrão”, explica a sommelière Lis Cereja, pioneira na disseminação do vinho natural no Brasil.
É como o que acontece com uma mulher linda com o nariz grande. É um defeito ou uma característica? Precisa de intervenção cirúrgica ou pode se tornar uma marca de distinção?, provoca ela, que gosta de comparar o vinho convencional a uma mulher “photoshopada, que você não sabe em que país nasceu”.
O novo vinho
Acostumada às polêmicas em torno do assunto..